Lesões mais frequentes na Ginástica Artística
A ginástica artística é uma das modalidades que mais atrai atenção do público. A competição pode ser individual ou por equipes: aberta a mulheres que disputam quatro provas (salto, trave, paralelas e solo) ; e homens, que disputam seis provas ( salto, cavalo, argolas, barra fixa, paralelas e solo).
Para conseguir a melhor nota na avaliação dos juízes, que avaliam o grau de dificuldade dos movimentos e execução, o ginasta deve acrescentar outros elementos além dos obrigatórios.
Os praticantes da ginástica artística dedicam muito tempo ao treino. O expectador de uma apresentação não é capaz de dimensionar a quantidade de horas dispensadas pelos atletas no preparo e elaboração dos movimentos. Ginastas profissionais podem treinar até 50 horas por semana. A grande dificuldade enfrentada por quem busca a excelência, diferentemente do que se pensa, é equilibrar-se no limite máximo de seu corpo.
Ginastas estão habituados a conviver com a dor inerente a sua prática e, por isso, podem não perceber a hora de interromper as atividades. A repetição diária, aliada ao grau de dificuldade dos movimentos, propicia o surgimento de lesões que acabam tirando o atleta dos treinos e das competições.
Os casos de dores são mais freqüentes no punho - associadas à sua dorsiflexão, e na região lombar da coluna - provavelmente devido à constante hiperextensão exigida aos ginastas. Lesões por deslocamento e fraturas são mais atribuídas às articulações do cotovelo e joelho. O tornozelo é apontado por diversos autores como uma das articulações de traumas mais freqüentes.
Localização anatômica das lesões MCAULEY (1987)(1) afirma haver consenso sobre o fato de que a região de lesões mais freqüentes são os membros inferiores, com menores incidências nos membros superiores, tronco e coluna vertebral.
As regiões mais estudadas em termos de lesões foram o cotovelo, joelho, tornozelo, coluna vertebral, punho e ombro, com problemas desde dores até deslocamentos e fraturas.
Alguns fatores sugeridos como favorecedores das lesões a partir de estudos são:
- a duração das sessões de treinamento, progressivamente maior desde a iniciação até o alto nível (fato já observado nesse artigo);
- a falta de auxílio ou ajuda do técnico ou outra pessoa durante a execução;
- a não-utilização ou utilização não-adequada dos equipamentos de proteção;
- as saídas dos aparelhos, principalmente aquelas de elementos com piruetas (rotação em torno do eixo longitudinal do corpo) foram apontadas como uma grande causa de lesões no joelho;
- o aumento da dificuldade dos elementos e da competitividade;
- falta de concentração; e
- excesso de treinamento, com muitas sessões.
Ginástica Artística - percentuais de lesões por membro (3):
Segmentos Corpóreos %
- Joelho 18,9
- Tornozelo 17,9
- Mão 17,4
- Coxa 11,4
- Ombro 8,1
- Coluna 7,0
- Pé 4,6
- Cotovelo 3,4
- Perna 2,8
- Punho 2,8
- Antebraço 2,6
- Bacia 1,9
- Braço 0,3
- Outros 0,9
- Os tipos de lesões mais freqüentes:
Tipo de Lesão %
- Entorse 32,7
- Rótula Muscular 8,0
- Contusão 9,6
- Menisco/ligamento/joelho 2,4
- Mioentesite 3,7
- Rótula sub-luxans 1,6
- Fraturas 5,3
- Coluna 14,0
- Tendinite 5,9
- Osteocondrite 5,1
- Periostite (Canelite) 0,5
- Neurite 1,6
- Bursite 0,5
- Luxação 2,4
- Artrose 0
- Outros 6,7
Na Ginástica Rítmica, por sua vez, há uma maior incidência de lesões articulares no joelho, no tornozelo e, alguns casos, lesões no punho podendo variar desde tendinite ou tenossinovite até lesões mais sérias com rupturas ligamentares. Isso é observado na maioria das execuções da linha de ginástica de solo .
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