Fisioterapia e a Epicondilite Lateral no Esporte
A causa da epicondilite lateral é desconhecida. Porém, há um consenso de que a origem tendínea do músculo extensor radial curto do carpo tenha um papel principal do desenvolvimento da doença, pois este tendão está acometido em até 97% dos casos. Em 35% dos pacientes também já existe o acometimento do tendão do extensor comum dos dedos ou da aponeurose extensora.
A teoria aceita atualmente, descrita por Nirschl e Pettrone em 1979, caracteriza a condição patológica envolvendo a origem do extensor radial curto do carpo e em menor grau, a porção ântero-medial do extensor comum dos dedos.
A lesão é um resultado da aplicação de uma tração contínua por repetição, resultando em microrrupturas de origem do extensor radial curto do carpo, seguidas de fibrose e formação do tecido de granulação.
Exame Físico
A palpação inicia-se pela identificação dos epicôndilos lateral, medial e ponta do olécrano.
Na face lateral palpa-se a origem da musculatura extensora do punho e dedos, complexo ligamentar lateral e cabeça do rádio. A dor localizada no epicôndilo lateral e na origem da musculatura extensora do punho é sugestiva de epicondilite lateral ou síndrome do túnel radial.
O exame deverá continuar com a palpação da cabeça do rádio em uma depressão logo abaixo da musculatura extensora do punho. Esta será realizada durante a pronossupinação, em graus variáveis de flexoextensão, avaliando-se seu contorno e integridade.
O teste clínico específico para a epicondilite lateral tem o objetivo de reproduzir a dor experimentada pelo paciente. O teste conhecido como de Cozen é realizado com o cotovelo em 90º de flexão e com o antebraço em pronação. Pede-se ao paciente que realize a extensão ativa do punho contra a resistência que será imposta pelo examinador. O teste será positivo quando o paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da musculatura extensora do punho e dedos(9).
O teste alternativo, conhecido como de Mill, é realizado com o paciente com a mão fechada, o punho em dorsiflexão e o cotovelo em extensão. O examinador, então, forçará o punho em flexão e o paciente é orientado a resistir ao movimento. Em caso positivo, o paciente sentirá dor no epicôndilo lateral.
Fisioterapia
O tratamento da epicondilite lateral pode ser conservador (sem cirurgia) e envolve diversas modalidades como: fisioterapia, uso de órteses, medicamentos, acupuntura, e etc.
É importante orientar o paciente a respeito da causa da doença para que ele evite atividades que possam produzir ou agravar os sintomas. Caso a doença seja decorrente de alguma prática esportiva, é importante orientar o atleta e o treinador para verificar possíveis erros na técnica no gesto esportivo e também sobre o uso inadequado de equipamentos.
A maioria dos casos de epicondilite lateral são tratados através do tratamento conservador com fisioterapia, por isso o fisioterapeuta possui um papel importante na reabilitação dessa patologia.
Os pacientes geralmente respondem bem ao tratamento e obtêm uma melhora satisfatória e retorno da sua atividade de vida diária e/ou esportiva de forma efetiva, com o uso de técnicas não invasivas e que não trazem efeitos colaterais.
O fisioterapeuta deve atuar no controle da dor e inflamação do início da lesão e depois trabalhar para tratar a causa da epicondilite lateral, através dos exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos de todo o complexo articular do cotovelo e punho, em especial os extensores de punho.
Após o período de reabilitação, pode ser necessário modificar as atividades ou a técnica do paciente antes que ele retorne à atividade que causou o problema. Como exemplo, realizar modificações ergonômicas na mesa de um computador, corrigir técnicas impróprias na realização de prática esportiva, etc.
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