Saiba mais sobre lesões no Surf


O Surf teve suas origens há cerca de 7.000 anos, a partir dos Polinésios, povo que viveu na costa do Oceano Pacífico e desciam as ondas havaianas com suas enormes e pesadas pranchas de madeira maciça. Até os dias de hoje, o esporte tem mudado e evoluído muito, chegando ao século XXI a ser considerado como uma das modalidades esportivas que mais se desenvolveu no âmbito nacional e mundial.

Atualmente, o surfe tem um expressivo número de praticantes no Brasil, com mais de 3 milhões de surfistas. A International Surf Association estima o impressionante número de 17 milhões de praticantes distribuídos por mais de 70 países em todo o mundo. Apesar de poucos saberem o Brasil juntamente com os Estados Unidos e Austrália são consideradas as três maiores potências do surf mundial.

Este é um esporte considerado misto (aeróbio – membros superiores e anaeróbio – membros inferiores) e pode ser praticado nas ondas do mar, rios e piscinas com ondas artificiais. Existem duas fases distintas no surf: a passagem da arrebentação, onde o atleta rema deitado na prancha e o surfar a onda.

Como em outros muitos esportes a ocorrência de lesões está diretamente relacionada com os Fatores de Risco presente na prática esportiva. Estes fatores são classificados como:

Fatores intrínsecos: aqueles que pertencem ao próprio indivíduo, como idade, gênero, déficit de flexibilidade e/ou força muscular, lesão prévia, déficit de controle sensório-motor (propriocepção), qualidade técnica, entre outras.


Fatores extrínsecos: que não pertencem diretamente ao indivíduo, como tipo de prancha e equipamentos no geral, carga de treinamento, características de onda, biomecânica do gesto esportivo, etc.
A lesão mais comum encontrada no esporte é o ferimento corto-contuso ocasionado pelo contato direto do atleta com partes da prancha como bico, quilhas, rabeta e borda. Outras lesões encontradas são as entorses de tornozelo e joelho, esta mais comum, devido à necessidade de realizar manobras com movimentos rápidos e abruptos, como floater, tubo e manobras aéreas com giros combinados. Uma explicação para o índice de entorses de joelho neste esporte são essas manobras exigirem movimentos rápidos de rotação do tronco com os membros inferiores fixados em cadeia cinética fechada, isso faz com que haja um componente de rotação sobre o joelho que pode exceder o seu limite fisiológico, predispondo às entorses nessa articulação.

Sobre a topografia das lesões, a maioria ocorre em membros inferiores seguido por lesões na cabeça e membros superiores.

Ainda existem algumas características biomecânicas do esporte à ocorrência de determinados tipos de lesões como movimentos repetitivos durante a remada (principalmente adução e rotação interna), podendo sobrecarregar o complexo musculotendíneo do ombro, especialmente se utilizadas pranchas de baixa flutuação. Posição de hiperextensão mantida da coluna cervical durante a remada gerando quadros álgicos e a posição freqüente dos joelhos em flexão e valgo, principalmente durante as manobras, podem sobrecarregar os componentes mediais do joelho.

De forma geral, no que se pensa em treino preventivo o Fisioterapeuta ao deparar com um atleta de Surf deve levar em consideração todas as possíveis lesões ocasionadas pela modalidade esportiva e a partir daí avaliar os fatores de risco presentes no atleta. Para em fim criar um programa de prevenção específico para ele com base nos resultados da avaliação e suas necessidades.

Ft. Igor Phillip
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