Eficientes contra dor, fitas terapêuticas viram febre entre jogadores da praia
Na pele dos atletas, fitas pretas, azuis e laranjas parecem fazer parte do uniforme de jogo. O local de aplicação e a cor das bandagens são as únicas coisas que diferem. Conhecido internacionalmente como Kinesio Taping e eficiente na contenção de dor e câimbras, o método terapêutico ganha cada vez mais entusiastas do vôlei de praia e está presente em várias partidas do Circuito Brasileiro.
A técnica foi inventada nos início dos anos 1970 pelo quiroprata japonês Kenzo Kase e se baseava na crença de que músculos, ligamentos e tendões poderiam ser "ajudados" em suas funções com a ajuda de um suporte externo - no caso, fitas e bandagens. Com o passar dos anos, estudos científicos comprovaram a eficácia do método, que se difundiu pelo mundo e evoluiu com o desenvolvimento de materiais elásticos adesivos até chegar ao utilizado atualmente, chamado de kinesio tape.
Contratado da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), o fisioterapeuta Mark Adrian Hudson auxilia os atletas que desejam valer-se da técnica para aliviar a dor durante os jogos do Circuito. Especialista no método e instrutor de uma marca alemã no Brasil, ele explica que as funções da bandagem vão desde a ativação da circulação à inibição dos sensores de dor. Mas faz a ressalva de que o uso deve ser moderado, já que as fitas não tratam a causa do incômodo.
- A técnica tem excelentes resultados e dá ao atleta maior conforto para executar os movimentos em quadra. Eles precisam só tomar cuidado e ter consciência de que aquilo não vai resolver o problema deles, mas só adiar e solução e permitir que ele jogue. Se não ficar atento, corre o mesmo risco de quem toma um medicamento e, por ter os sintomas mascarados, não cuida da causa da dor - explicou.
Evandro, hoje parceiro de Vitor Felipe, foi apresentado às bandagens terapêuticas por Mark há três anos, quando sofreu um estiramento em um dos músculos do abdômen. Desde então, utilizou a técnica em diversas outras oportunidades. Mesmo agora trabalhando com outro fisioterapeuta, Guilherme Tenius, (que cuida do time feminino do Rio de Janeiro e da seleção masculina de vôlei e é mais conhecido como Fiapo), o carioca segue valendo-se deste recurso.
- Graças a Deus não sofro muitas lesões para precisar usar sempre mas, sempre que precisei, me ajudou bastante. Eu me dou bem com elas e só vejo os pontos positivos. Para mim não coça, não arranha, só me dá mais mobilidade. O Fiapo também gosta bastante e indica quando preciso. De qualquer forma, sempre ando com um rolo (da fita) na mochila.
Encontrar as fitas a um bom preço, no entanto, não é uma missão tão simples. Como o produto é importado, alguns atletas preferem encomendá-lo aos colegas que viajam para o exterior com mais frequência.
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